quinta-feira, 21 de abril de 2016

Homenagem

Não sabias nada do mundo. Não entendias nada sobre política, economia, das filosofias ou então acerca da literatura. Herdaste uma centena de palavras práticas e um vocabulário elementar e com isto foste vivendo. Eras sensível à trovoada e tinhas as mãos grossas e enrugadas. Mas vivias. O peso do trabalho e dedicação marcou o teu corpo e os desgostos que a vida te deu quebrou a força dos teus cabelos. Mas nada disto te impediu. Nesta pequena margem de coisas que aqui refiro, nenhuma destas batalhas, destes aspectos, conseguiu diminuir a grandeza do teu ser. Pelo contrário, apenas te tornou mais forte. Com um só sorriso teu paravas o mundo e com o teu jeito terno de ser fazias com que este se movesse novamente.
Engravidaste sete vezes e das sete vezes desta à luz. Entregaste-te põe inteiro à vida sem pedir nada em troca, construindo com toda a tua energia e valores, esta enorme família que mergulhada nesse teu amor intenso, viu em ti uma base, um exemplo, um porto seguro. De geração em geração foste transmitindo esse teu amor infinito, toda a dedicação, o conhecimento de uma vida vivida. Com saudade, iremos para sempre perpetuar-te nos nossos corações, lembrar-nos do teu amor e da guerreira que sempre foste.
Obrigada vó por seres quem sempre foste, por nunca teres sido capaz de nos magoar ou desiludir, como tantos outros que fizeram, por nos deixares vaidosos pela personagem, pela mulher furação que tínhamos a nosso lado e que tanto mas tanto nos fazia sorrir. Serás para sempre eterna em nós, a nossa menina, porque aqueles que amamos não morrem, apenas partem mais cedo do que nós.

BY: Margarida Araújo


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