O sopro do coração

O meu coração bate forte de alegria quando percebo que estou viva, que posso fazer o que quiser, que felizmente tenho todas as minhas faculdades físicas e mentais, que posso correr, rir, comer, conversar, passear, olhar, cheirar, tocar, sentir, ouvir,…

O meu coração bate forte de medo quando estou prestes a abrir uma pauta de alguma disciplina, quando me dizem “precisamos de conversar”, quando olho para a televisão e vejo as mais horríveis desgraças que acontecem no nosso Mundo, quando assisto a alguma discussão quando sou o ponto neutro,…

O meu coração bate forte de susto quando estou distraída e alguém fala comigo, quando estou quase, quase, quase a adormecer e tenho a sensação que vou cair, quando alguém me assusta com uma aranha de brincar (criancinhas :), …

O dia em que o meu coração parou foi um momento de medo, tristeza e susto, tudo ao mesmo tempo. Foi no dia 11 de junho de 2011. Estava a acampar em Guimarães e estávamos à espera que fosse feita a abertura do acampamento. Peguei no telemóvel e vi uma chamada da minha mãe. O meu coração parou de susto, não era normal, uma chamada dela, tão cedo. Algo se passou. Retornei a chamada e enquanto o telemóvel tocava o meu coração parou de medo. O que será que poderia ter acontecido?! Quando ela atendeu o meu coração parou de tristeza quando ouvi as lágrimas na voz dela “Filha…” (na minha cabeça – este filha não é normal, é um filha com um tom de pedido de ajuda, de dor) “…foi o avô”. O meu coração parou e só começou a bater de novo quando lhe dei o último Adeus. Mas mesmo assim, uma parte do coração deixou de trabalhar e nunca mais vai voltar a bater.

Um grande desafio este Miss Scarlet World